I. Tim Maia: O
Síndico, como o apelidou o amigo Jorge Ben Jor, foi aprender a fazer esse tipo
de música na fonte, nos Estados Unidos, no início dos anos 60. Lá, ouviu muito
Ray Charles e Sam Cooke, aprendeu direitinho, e misturou tudo com samba, baião,
forró, rock e o que mais lhe viesse à cabeça. Resultado: discos geniais e
sucessos como Você, Sossego, Azul da Cor do Mar, Réu Confesso e dezenas
de outros. Um mestre, e uma figura inesquecível. Morreu em 1998, mas
permanece vivo nos corações dos fãs de música.

II. Cassiano: Sua interpretação
em falsete na maravilhosa
balada A Lua e Eu, de 1976, é um dos momentos mais belos e
emocionantes da soul music brasileira. Mas esse cantor e compositor paraibano
fez muito mais, compondo músicas para o amigo Tim Maia como Primavera, tocando guitarra em discos alheios e gravando
outras maravilhas de sua autoria, entre as quais Coleção e Amo Você. Cuban Soul 18 Quilates (1976)
é um dos melhores discos de soul music não só do Brasil, como do mundo.

III. Hyldon: Na Lua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha de Sapê) é
daquelas músicas marcantes no universo da soul music brasileira. Estourou
na metade dos anos 70 com seu autor, o talentoso cantor e compositor
baiano Hyldon. O cara tem no currículo outros sucessos bem bacanas, como As Dores do Mundo e A Sombra de Uma Árvore,
e continua na ativa, fazendo discos swingados, dançantes, sensuais e
românticos. Na Rua, Na Chuva, Na Fazenda (Casinha de Sapê) também
fez sucesso nos anos 90 com o Kid Abelha.

IV. Claudio Zoli: O cantor, compositor e guitarrista carioca começou tocando na banda de Cassiano. Logo, partiu para trabalhos próprios. O primeiro estouro ocorreu em 1983 com a música Noite do Prazer, que gravou com o grupo Brylho. Pouco depois, partiu para uma carreira solo das melhores, que gerou maravilhas da soul music brasileira como Cada Um Cada Um (Namoradeira), Felicidade Urgente, À Francesa e Flor do Futuro. Ele canta bem, mas como guitarrista é brilhante, especialmente na parte rítmica.
V. Tony Tornado: O paulista radicado desde moleque no Rio é mais conhecido como autor. Mas sua interpretação para a polêmica BR-3, que venceu o 5º Festival Internacional da Canção em 1970, é um dos momentos marcantes da soul music brasileira. É uma balada soul forte, com refrão irresistível e na melhor tradição do soul.

VI. Sandra Sá: A cantora e compositora carioca apareceu logo de cara com Demônio Colorido, uma balada soul daquelas inesquecíveis. Durante a carreira, investiu em várias vertentes musicais, mas sempre se mostrou melhor interpretando soul music. Sucessos como Retratos e Canções, Não Vá, Olhos Coloridos e Sozinho são provas de sua categoria. A moça tem um vozeirão que resiste ao passar dos anos. A diva da soul music brasileira.

VII. Paula Lima: A cantora começou a ficar conhecida ao integrar com destaque a banda paulistana Funk Como Le Gusta, na década de 90. Depois, partiu para a carreira solo, na qual mistura elementos de MPB, pop e samba. Mas o tempero da soul music à moda brasileira é evidente e acentuado. Nos últimos tempos, ganhou fama como jurada do programa Ídolos, o que a tornou mais conhecida do grande público.

VIII. Tony Bizarro: Pode um soul man brasileiro ser branco e ter origem italiana? Sem dúvidas, se esse cara for esse cantor e compositor paulistano da gema. Bizarro (é seu sobrenome de verdade) está na estrada desde os anos 70, e lançou trabalhos muito bons, entre os quais a música Estou Livre. Ele também regravou com muito estilo BR-3. O cara lançou em 2009 Estou Livre, disco que não só marca o seu retorno como pode ser incluído entre os melhores da soul music à moda brasileira.
IX. Negra Li: A cantora
paulistana surgiu para o grande público ao participar do filme Antonia, a história de um fictício
grupo de rap brasileiro. Em 2006, ela optou por uma carreira solo, e lançou um disco
que a mostra à vontade no papel de cantora de soul music brasileira. Sua voz é
muito bonita, e ela dá um banho de interpretação em Vou Estar Na Minha (que
sampleia hit de Marisa Monte), além de contar com a participação de Caetano
Veloso na música Meus Telefonemas.
Tem futuro, a moça!

X. Wilson Simoninha: Seu pai,
Wilson Simonal, tinha influências da soul music em seu trabalho, embora mais
ligado ao samba e ao swing. Mas Simoninha é um cantor e compositor de soul
music brasileira por excelência, como seus discos lançados a partir do final
dos anos 90 deixam bem claro. O vozeirão guarda semelhanças com a do pai,
embora tenha personalidade própria, e seu balanço e paixão ao cantar são
típicos da soul music.
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